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1 de setembro de 2018

O Stade Rennais nas taças europeias, uma história curta e complicada

Sorteio abençoado para o Stade Rennais na Liga Europa 18/19
Nesta última sexta-feira, conhecemos o grupo em qual o Stade Rennais vai participar nesta edição da Liga Europa que se inicia em 20 de setembro. O time rubro-negro caiu no grupo K, bastante acessível, com o Dynamo Kiev, Astana e Jablonec. Pela primeira vez, ele poderia atingir a fase de mata-mata de uma taça europeia, porém em sua longa historia o Stade Rennais não participou muito dessas competições continentais, mas jogou todas exceto a Liga dos Campeões e o nosso querido amigo Corentin Chauvel nós conta um pouco mais das aventuras do rubro-negro fora do território francês.


A Copa das Copas - Primeira taça para qual ele participou foi a extinta Copa das Copas. Esta taça europeia, que ocorreu de 1960 até 1999, era reservada para os vencedores de copas nacionais. Depois, ela foi fusionada com a Copa de UEFA (Atualmente Liga Europa). 

O Stade Rennais ganhou duas vezes a Copa da França, em 1965 e 1971, então foi o representante francês na Copa das Copas do ano seguinte. Mas... não se deu bem. Na época, a primeira fase já era de mata-mata. A primeira participação foi contra o Dukla Praga (hoje se chama Marila Příbram), um time cheio de jogadores da seleção de Tchecoslováquia, finalista da Copa do Mundo de 1962: derrota 2-0 na ida em Praga, 0-0 na volta no Stade de la Route de Lorient. Na segunda participação, o sorteio não foi legal também, porque o clube bretão enfrentou os Glasgow Rangers que venceu a competição esse ano (1972), na ida, em Rennes foi 1-1, e derrota na volta na Escócia pelo placar de 1-0.

A Copa Intertoto - O Stade Rennais nunca mais voltou nas taças europeias por meio da Copa da França, mas por meio do campeonato. A segunda época do clube no palco europeu aconteceu muito tempo depois, no final dos anos 90, num momento de renascimento e crescimento para ele, com um novo dono, o bilionário François Pinault.

Desta vez, o Rennes atuou numa outra competição extinta (em 2008), a Copa Intertoto. O formato mudou muito desde sua criação em 1967, mas nos últimos anos, era um tipo de fase preliminar para acessar a Copa da UEFA. Então acontecia somente durante o verão, antes do inicio do campeonato. O Stade Rennais terminou no oitavo lugar do campeonato em 1995-1996 e foi assim qualificado para esta copa a temporada seguinte. Era ainda num formato com uma primeira fase de grupo seguida de uma fase de mata-mata entre os três melhores de cada grupo (e, no final, três vencedores qualificados para a Copa da UEFA). Apesar da chegada do futuro campeão do mundo Stéphane Guivarc’h no time, Rennes não conseguiu sair de um grupo que parece hoje muito fácil, com Segesta Sisak (Croácia), Orgryte (Suécia), Luzerna (Suiça) e Hapoel Tel-Aviv. Era só um jogo contra cada um e começou bem com uma vitória em Tel-Aviv 0-2. Mas depois: derrota em casa contra Luzerna (1-2), depois contra Sisak fora (2-1) e finalmente um empate 1-1 em Rennes contra Orgryte. O Guivarc’h marcou quase todos os gols do clube bretão, iniciando uma temporada 1996-1997 brilhante, terminando melhor artilheiro do campeonato francês. Porém, o Stade Rennais terminou no quarto lugar do grupo e não foi mais longe.  

Três temporadas depois, em 1999, o time voltou na Copa Intertoto depois um quinto lugar na ultima temporada. Chega de grupo, desta vez era só mata-mata e esta participação ficou na historia. Depois dois turnos ida e volta vencidos contra times austríacos (Austria Lustenau e Austria Viena), o Stade Rennais enfrentou na final, ida e volta também, a Juventus do Zidane, Inzaghi, Conte, Zambrotta e cia. Na ida em Torino, a Juventus fez o necessário (2-0) para segurar o titulo, mas na volta, os Bretões fizeram um grande jogo : abertura do placar depois de 20 minutos de jogo, mas a esperança demourou só 10 minutos, os Italianos marcaram o gol de empate e depois um segundo gol na 73’. Com muito orgulho, Rennes conseguiu o empate 2-2 nos minutos de acrescimento graças a sua estrela do ataque, Shabani Nonda. Mesmo sem vencer, esse jogo ficou na historia do clube. A temporada que seguiu não foi boa (13° lugar do campeonato), mas a seguinte colocou o time rubro-negro no 6° e mais uma qualificação para a Copa Intertoto em 2001. Após um primeiro turno sem problema contra os Tchecos de Synot, o Stade Rennais do brasileiro Lucas Severino enfrentou o Aston Villa. No jogo de ida, em casa, tudo estava indo ótimo, com 2 gols dos Bretões, mas o time inglês fez um gol na 90’. Na volta, o clube de Birmingham venceu 1-0 e foi para a final, a ganhando.


A Copa da UEFA - Finalmente, em 2005-2006, o Stade Rennais vai diretamente para a Copa da UEFA depois temporada brilhante, conquistando o quarto lugar do campeonato graças a seu artilheiro suíço Alexander Frei. Porém, antes a fase de grupo, o time tem que passar uma fase preliminar contra o Osasuna, quarto do ultimo campeonato espanhol. Todo munda já achava que o Rennes ia ser eliminado, mas passou com muita confiança: 3-1 em casa, 0-0 fora.

Infelizmente, a fase de grupos (com 5 times, só um jogo entre cada um e três qualificados) foi um desastre com 0 pontos: 0-2 contra o VFB Stuttgart, 2-0 contra o Rapid Bucareste, 0-1 contra o Shakhtar Donetsk e 5-1 contra o PAOK Thessaloníki. O Stade Rennais foi o único dos cinco clubes franceses na competição a não passar a fase de grupo. 
Dois anos depois, em 2007, os Bretões estavam de volta nessa copa para fazer um melhor resultado. Não deu certo. O Lokomotiv Sofia eliminado tranquilamente na primeira fase, o Rennes chegou num grupo accessível de novo, especialmente com três qualificados. Esta vez, os jogadores do Pierre Dréossi conseguiram dois pontos em casa: 1-1 contra os Noruegueses de Brann e o mesmo placar contra os Croatas do Dinamo Zagreb. Mas fora, foram duas derrotas: 1-0 contra Basel e 3-0 contra Hamburgo. De novo sem vitória e no ultimo lugar do grupo, o Stade Rennais foi eliminado. Porém, o clube conseguiu pela primeira vez ir para as taças europeias duas temporadas consecutivas. Assim, o ano seguinte, os Bretões voltaram por meio da ultima Copa Intertoto da historia. Eles só precisaram passar uma fase, que foi muito sofrida, contra o pequeno Tavria Simferopol da Ucrânia. 1-0 na ida em casa, 0-1 na volta, o Stade Rennais venceu nos pênaltis! O clube se qualificou para a Copa da UEFA, mas chegou para as fases preliminares. Passou dos Noruegueses do Stabaek, mas encontrou o mesmo cenário que contra o Aston Villa no turno seguinte contra o Twente da Holanda: 2-1 em casa, 1-0 fora. Então o Rennes não conseguiu atingir a fase dos grupos.

A Liga Europa - Depois o desaparecimento da Copa Intertoto, a Copa da UEFA, que a integrou, mudou de nome por Liga Europa. O Stade Rennais, 6° em 2010-2011, se qualificou pela terceira edição. Foi a ultima vez que o clube bretão participou de uma taça europeia. Então, foi também a ultima memoria que o publico tem e foi longe de ser vergonhoso.
O Rennes passou dois turnos da fase preliminar, contra o Metalurgi Rustavi da Georgia e a Estrela Vermelha de Beograd. Contra esse ultimo time, cheio de historia, todo mundo já estava pensando que o caminho dos Bretões ia parar de novo nas portas da fase de grupo. Sem craques no time (o Colombiano Victor Hugo Montaño era o artilheiro) mas com muita vontade, os jogadores venceram no caldeirão de Beograd 1-2 e atropelaram os Sérvios 4-0 na volta em casa. O Stade Rennais ganhou um pouco mais de respeito, infelizmente, o sorteio dos grupos não pôde ser mais cruel: Udinese, Celtic Glasgow e Atlético de Madrid! Como em 2007-2008, o clube conseguiu ao menos não perder em casa e obter três empates: 1-1 contra o Atlético e o Celtic, 0-0 contra Udinese. Fora da route de Lorient, foi difícil demais: 2-1 contra Udinese, 3-1 contra o Celtic e o Atlético do Falcao.

No total, o Stade Rennais jogou 46 jogos de taça europeia com 14 vitorias, 11 empates e 21 derrotas. Seu caminho foi contraditório, marca desse clube: muito aceitável com um elenco médio, muito decepcionante com um elenco bom e artilheiros de alta qualidade. Esse ano, esperando o fim do “mercado”, o elenco não parece dos melhores, especialmente para enfrentar uma taça europeia. Mas com um sorteio que podemos qualificar de “sortudo”, apesar de viagens longas no frio do Leste, o time rubro-negro tem que assumir, continuar o bom trabalho da última temporada e convencer os pessimistas. Allez Rennes! 

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